Sobre violência sexista Suelen Aires Gonçalves
Socióloga e professora universitáriastyle="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever">
A violência sexista é uma realidade presente nas sociedade brasileira e mundial. Inúmeras formas de violações de mulheres e meninas são naturalizadas como assédios, violência sexual, dentre outras. Porém, um caso envolvendo um brasileiro no Egito trouxe uma importante reflexão sobre a criminalização de condutas sexistas.
O CASO
A informação que recebemos foi que o Ministério do Interior do Egito prendeu o médico e youtuber Victor Sorrentino pelo crime de assédio. Tal cidadão brasileiro fez comentários sexistas e de cunho sexual contra uma trabalhadora na cidade de Luxor. Além de cometer o crime, fez postagens em suas redes sociais como forma de entretenimento. Infelizmente, esse tipo de conduta não é um caso isolado. Fez tais ações, pois tem a cultura da misoginia e da violação de direitos de meninas e mulheres como base de uma sociedade sexista.
Mas diferente do Brasil, que inúmeros casos como esse não são validados nem pelo sistema de justiça, no Egito o caso foi tratado como deveria ser. O Ministério Público local, com auxílio de tradução , recebe denúncia e avança nas investigações. No momento da detenção, antes de embarcar para o Brasil, o autor pediu desculpas pelo episódio.
Porém, desculpas não bastam. Essa cultura sexista legitima a violência contra as meninas e mulheres em todo mundo. Somos o país com uma média de 12 casos por dia de feminicídios/mortes pelo fato de serem mulheres. Somos um país com altos índices de violência sexual contra crianças e mulheres adultas. Atenção para o tema, sempre.
Pouca oração e muita cachaça Silvana Maldaner
Editora de revistastyle="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever">
A alegria é o bálsamo da vida. Sentimentos e emoções não são apenas resultados de nossas ações e situações que vivenciamos, pelo contrário, o cérebro humano é uma fonte de neuroquímicos que se multiplicam por conta própria, e nos fazem sentir todo tipo de emoção, inclusive alegria e amor.
O corpo humano produz centenas de substâncias químicas, das quais grande parte ainda não foi identificada. Mesmo que os cientistas trabalhem no reconhecimento, é pouco provável que descubram tudo o que é necessário saber sobre tais substâncias químicas que afetam nossas emoções ao longo da existência.
A dopamina, a serotonina, a ocitocina e a endorfina são os famosos ingredientes da felicidade. Eles são acionados com elementos naturais, tais como atividades físicas, momentos de prazer, convivência com amigos, boas risadas, palavras felizes, oração, meditação e até elogios.
O brasileiro é feliz por natureza. Talvez, representamos um dos países que mais faz graça de tudo. Inclusive da própria desgraça. Este ingrediente maravilhoso chamado alegria é o motor de propulsão para a imunidade e para vencer muitas vezes jornadas duras, poucos recursos financeiros e até as doenças crônicas.
Graças a Deus que somos assim. A frieza e a formalidade de muitos países nos matariam de depressão em poucos anos. A riqueza sem a alegria não tem tanto valor. Conheço pessoas morando em palácios, mais que parecem estar num jazigo. Andam em seus carros importados como se fossem limusines funerárias.
A alegria é o melhor remédio para vencer e viver a vida. Mas como fazer graça com tanta gente infeliz, sem perspectiva e sem fé?
O depoimento engraçado da maior santidade da Igreja Católica, o Papa Francisco, ao dizer que o brasileiro não tinha salvação, pois consumia muita cachaça e pouca oração, revoltou muita gente. Ocupamos o segundo lugar de maior concentração de fiéis no mundo, são 180 milhões de brasileiros católicos.
Apesar do Brasil se declarar um país cristão, hoje por exemplo, é feriado de Corpus Christi, garanto que mais da metade da população não sabe o significado. Assim como vários outros feriados, nos quais celebram o nascimento e ressurreição de Cristo, Nossa Senhora Aparecida, e diversos santos padroeiros das milhares de cidades.
Na dúvida, os brasileiros vão beber, e ainda, oferecem ao santo, ao orixá, ao seu Santo Antônio, São Pedro ou São João. Brincadeiras à parte, nosso Papa, falou verdades. A verdade incomoda. A verdade irrita, ainda mais vinda de um irmão argentino.